quinta-feira, 4 de julho de 2019

O comportamento dos Pais Determinam a Felicidade Futura dos Filhos

(publicado por Morty Lefkoe em 27/10/2009)

O que os pais fazem ou não fazem, dizem ou não dizem, fornece a seus filhos as esperiências que eles interpretam como crenças. Aquelas crenças, por sua vez, determinam então o comportamento e as emoções deles e, em última instância as vidas deles, para o bem ou para o mal.

A maioria dos pais neste ponto respondem: “Eu nunca pensei a respeito das crenças de meus filhos antes.  Não é nosso papel como pais fazer com que nossos filhos façam a coisa certa, ensiná-los e fazê-los felizes?”

A Que Custo?

A questão que sugerimos que você se pergunte és: A que custo? Se você teve cucesso em conseguir o que queria naquele momento e, como resultado de sua interação com seu filho, ele ou ela forma crenças de autoestima negativas, tais como, Eu não sou bom o suficiente ou Eu não sou merecedor, ou crenças negativas sobre a vida, tais como, O que eu quero não é importante ou Eu nunca conseguirei o que eu quero, o seu comportamento foi realmente bem sucedido? Em outras palavras, o que você conseguiu com seu filho no curto prazo vale o custo no longo prazo?

Eu não estou dizendo que o comportamento habitual de seus filhos, o aprendizado deles e a felicidade atual deles não sejam importantes. É claro que são. O que estou dizendo é que o fator individual que possui o maior impacto sobre se seu filho alcança ou não a felicidade e a satisfação verdadeira na vida é uma autoestima saudável, um sentido positivo de vida e outras crenças positivas—tais como Relatcionamentos dão certo, É seguro expressar os sentimentosPode-se confiar nas pessoas. Nada dos que eles fazem, aprendem ou sentem quando crianças terá tanta influência dobre a vida adulta deles quanto as crenças fundamentais que eles formam na infância e levam para a vida adulta. (Quais são as possibilidades de uma vida verdadeiramente satisfatória se você acredita que:  Eu não sou bom o suficiente, Eu não tenho valor, O que eu quero não importa, ou Eu nunca conseguirei o que eu quero?)

Em face disto, o que você acha que deveria ser o papel principal dos pais? Influenciar comportamentos? Ensinar informações? Fazer seus filhos felizes?—ou facilitar que seus filhos criem crenças positivas sobre si mesmos e sobre a vida?

Se você escolhe a última, a melhor maneira que eu sei de assegurar que você realize seu trabalho como pai é fazer a si mesmo constantemente a pergunta: O que é provavel que meu filho conclua sobre ele próprio e sobre a vida como resultado desta interação que acabamos de ter?  Se for uma conclusão positiva, meus parabéns! Você realizou seu trabalho. Se ela for negativa, retorne, peça desculpas e clean it up.

As duas estórias seguintes envolvem interações que minha mulher Shelly e eu tivemos com cada uma de nossas duas filhas. Elas ilustram algumas das consequências de escolher algo contrário a não faciltar a criação de crenças positivas como objetivo do cuidado parental.

Eu Sou Responsável Pelo Comportamento de Meu Filho

Eu reparei um dia em que minha filha, então com dez anos de idade, pegou o chapéu de uma amiga e eu imediatamente disse a ela para devolvê-lo. Por que, me perguntei alguns minutos depois de minha interação com ela, eu disse a ela para fazer aquilo? Se a amiga ficasse zangada e não falasse com Blake por um ou dois dias, isto seria uma boa lição para ela sobre respeitar a propriedade dos outros. Ficar com uma amiga sem falar com ela por alguns poucos dias não seria uma catástrofe. Se, por outro lado, a amiga não se zangasse, então seria apenas uma brincadeira e Blake devolveria o chapéu por si mesma, quando parasse de brincar. Havia uma meia dúzia de outras possíveis situações. Independente do que acontecesse, entretanto, por que eu sentia que tinha que me certificar que ela o devolvesse de imediato?

Descobri após um pouco de exploração que eu acreditava que "eu sou responsável pelo comportamento de minha filha frente aos outros.“ E, "se eu sou responsável, então tenho que me certificar de que ela sempre faça o que eu acho apropriado e nunca faça o que eu acho ser impróprio.”  Você entende como estas crenças me levaram a dizer a ela a devolver o chapéu?

A questão não é se esta é uma "boa" crença parental. A questão importante a considerar é: a que conclusões Blake eventualmente chegaria se eu continuasse este tipo de comportamento por tempo suficiente?  Existe algo errado comigo (porque papai está sempre me dizendo o que fazer e o que não fazer). Ou, Eu não posso contar comigo para fazer a coisa certa. Ou, Eu preciso de alguma outra pessoa para me certificar de que estou fazendo a coisa certa.  Com esta crença, o que aconteceria quando alguém dissesse a ela que “todo mundo” está usando drogas, ou tendo sexo, etc.? Se ela não pode contar com seu próprio julgamento, ela teria que dar ouvidos ao que todo mundo está dizendo.

Obviamente que existem boas maneiras de ensinar as crianças sem controlar cada um dos comportamentos delas, que não posso cobrir nesta curta postagem apenas. Minha mulher, Shelly, conduz seminários onde ensina aos pais como eles podem se assegurar de que seus filhos formem crenças positivas e não negativas a respeito de si memsos e sobre a vida.

Crianças Não São Adultos. Por Que Assumimos Que Elas Sejam?

Quando Brittany, nossa outra filha, tinha quatro anos, pegou cerca de dez pedaços de 3 a 5 cm cada de fita adesiva da mesa do escritório de Shelly e ficou brincando com eles. Shelly pediu a ela que não pegasse mais da fita porque ela a estava desperdiçando. Brittany fez isto diversas outras vezes mais e Shelly se viu ficando cada vez mais irritada com a quantidade de fita que Brittany estava “desperdiçando.” Shelly disse-lhe que não seria mais permitido a ela entrar no escritóriose ela continuasse a pegar da fita.

Após diversos outros incidentes como este, Shelly disse para si mesma: Afinal, que importância tem isto?Colocar uns centímetors de fita no papel, na lixeira e na parede é desperdiçar a fita pelos padrões adultos, mas é uma brincadeira pelos padrões de uma criança e uma brincadeira até que muito barata. Por outro lado, o que ela está concluindo sobre ela mesma e sobre a vida como resultado destas interações comigo?

Uma possibilidade pode ser: Há algo errado comigo. Ou talvez, Eu não sou boa o suficiente. Ou, Eu não sou confiável.  Ou: O que eu quero não tem importância.  Shelly claramente teve que parar este tipo de comportamento, mas primeiro ela teve que descobrir o que ela acreditava que o produziu. Quando Shelly finalmente descobriu ela percebeu que era uma crença que muitos pais tinham:  Crianças precisam ter os mesmos padrões que os adultos. Por que eles deveriam?  Crianças não são adultos!

Lembre-se de estar sempre perguntado a si mesmo quando estiver interagindo com seus filhos: a que conclusão meu filho está chegando? Fazer esta pergunta e assegura-se de que as conclusões são positivas farão uma diferença na vida dele(a) muito maior do que você possa imaginar.

Obrigado por ler meu Blog. Você tem algo a acrescentar? Seus comentários poderão adicionar valor para outros leitores.

Por favor, fique à vontade para compartilhar minhas postagens com pessoas que você ache que possa se interessar (contanto que você mencione a fonte) e forneça um link para nós em seu website ou blog.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Problemas com a Comida/Peso: A Fonte e a Solução

(publicado por Morty Lefkoe em 13/10/2009)

A maioria dos problemas comportamentais ou emocionais de que queremos nos livrar são relativamente simples de lidar. Nós procastinamos (adiamos as coisas). Nós nos preocupamos a todo o tempo sobre o que as pessoas pensam sobre nós. Nós temos falta de confiança. Ao utilizar o Lefkoe Method você pode descobrir e eliminar as crenças e condicionamentos que causam estes problemas. Como resultado, os problemas desaparecerão.

Infelizmente, o problema de comer em excesso e estar acima do peso não é tão simples. Este problema é muito mais difícil de eliminar do que a maioria porque consiste de seis a oito (ou até mesmo mais) sub-problemas, cada qual tendo que ser tratado antes que o problema real seja resolvido.

Deixe-me explicar:
Algumas pessoas ganham peso porque elas comem um monte de comidas engordativas não saudáveis e praticam muito pouco exercício. Isto é de solução relativamente simples. Coma mais de forma saudável e faça mais exercício. Se existem crenças e condicionamentos que inibem estas duas atividades, livre-se deles e você irá começar a comer comidas mais saudáveis e a praticar exercícios.

Mas para muitas pessoas, o problema real é comer quando elas não estão realmente com fome. Se elas parassem de comer quando se sentissem saciadas e apenas comessem quando elas estivessem realmente com fome, o problema de comer/ganhar peso desapareceria. Este é o objetivo último de meus clientes, não perder peso. Porque se a maioria das pessoas com um metabolismo normal e com uma dieta saudável comessem apenas quando estivessem com fome, elas não ganhariam peso.

Portanto a questão então se torna por que as pessoas comem quando elas não estão com fome?

Pode haver muitas razões, incluindo:
  • É uma maneira de fazer um intervalo no trabalho; é uma distração.
  • É uma maneira de se recompensar quando você sente que ninguém mais ou nada mais irá.
  • É uma maneira de experienciar amor e aceitação.
  • É uma maneira de reduzir sentimentos desagradáveis—tais como ansiedade, raiva, descontentamento e tristeza.
  • É uma maneira de se sentir bem, confortado, feliz, seguro, centrado, "em casa".
  • É uma maneira de se sentir confortável em situações sociais onde todos os outros estão comendo.
  • É uma maneira de afastar-se de jogos amorosos e do sexo. Em outras palavras, se você se sente desconfortável em relacionamentos românticos e/ou relacionamentos sexuais,uma maneira de evitá-los é se tornar bastante pesado para desencorajar o sexo oposto. Em realidade, embora estar significativamente acima do peso possa desencorajar algumas pessoas a terem relacionamento romântico ou sexual, obviamente não desencoraja muitos.
  • É uma resposta à deprivações da infância. Se não havia comida suficiente para comer—se você não comesse a comida imediatamente ela desapareceria e você não seria capas de comer absolutamente nada—você pode ter ficado condicionado a comer sempre que ver comida, esteja você com fome ou não.
  • Se eu trabalho duro e realizo muitas coisas tenho direito ao que quiser, incluindo qualquer coisa que queira comer.
  • Você está prestes a fazer uma dieta e irá se deprivar de comida por um tempo.
  • A comida é realmente muito saborosa, o que o faz se sentir bem.
Se seu problema de comer/engordar é o resultado de comer quando você não está com fome, então você precisa determinar quais "necessidades" o ato de comer está  satisfazendo. Então você poderá tratar cada uma dessas necessidades como um padrão de comportamento indesejado separado. A partir daí você pode descobrir e eliminar as crenças que o causam.

Além de ter de se livrar de um monte de crenças, auto-estima e outras, problemas de comer/sobrepeso também envolvem um monte de condicionamentos.

Condicionamento Clássico
Eu discuti sobre um tipo de condicionamento e sobre um processo que temos para descondicionar em uma postagem em meu blog em Maio de 2009.  Neste tipo de condicionamento, que os psicólogos chamam de "considionamento clássico", algo que normalmente não causa uma resposta emocional se torna condicionada a fazê-lo.

Eis um exemplo que uso com meus clientes que tornará este tipo de condicionamento muito claro. Imagine que eu lhe dei um sorvete com uma das mãos e mostrei um punho cerrado com minha outra mão e movi-o como se fosse socar você. O que você provavelmente sentiria? … Um certo nivel de ansiedade, se você pensasse que eu poderia acertar você. Agora imagine que as próximas vezes em que alguém lhe oferecesse um sorvete o mesmo acontecesse e você se sentisse ansioso a cada vez.

Como você acha que se sentiria a próxima vez que lhe fosse oferecido um sorvete, ainda que não houvesse nenhum punho ameaçador? … Provavelmente ansioso. E entretanto, está claro que sorvetes não são inerentemente amedrontadores. Por que você se sentiria ansioso? Porque o sorvete ficou condicionado a produzir medo, quando se tornou associado com o punho. Algo era assustador para você (o punho) e o sorvete apenas calhou de estar ali toda vez que o punho ameaçou você.

O princípio é que qualquer coisa que ocorra repetidamente (ou mesmo uma só vez se o incidente for suficientemente traumático) ao mesmo tempo que alguma outra coisa está causando uma emoção, ela se tornará condicionada a produzir a mesma emoção.

É por isso que cometer erros, ser criticado, não corresponder às expectativas, ser rejeitado e uma série de outras situações que não são inerentemente ameaçdoras se tornam condicionadas a produzir ansiedade (ou alguma outra emoção, tal como a raiva). O Lefkoe Stimulus Process é um método eficaz no condicionamento clássico.

Condicionamento Operante

Existe um outro tipo de condicionamento que é especialmente relevante em questões de comida/peso. Ele resulta de recompensar ou punir continuamente um comportamento específico, consequentemente condicionando este comportamento. Os psicólogos denominam isto de "condicionamento operante".

Por exemplo, se a cada vez em que você ficou desapontada quando criança a sua mãe lhe deu comida para que você se sentisse melhor, você pode ter ficado condicionada a comer sempre que fica desapontada. Ou, se seus pais continuamente recompensavam você por coisas especiais que você fazia quando criança, dando-lhe uma refeição especial com alguma comida que você gostava muito, você pode ter-se condicionado a comer sempre que você quisesse se sentir reconhecido por algo que você fez.

O Processo Lefkoe de descondicionamento é muito eficaz contra o condicionamento operante.

A fonte de um dos sub-problemas
Vamos examinar um dos sub-problemas alimentares/peso com um pouco mais de detalhe para ver como ele é o resultado de crenças e condicionamento operante.

Assuma que sempre que você se sente sozinho, rejeitado, não amado, etc., você come, esteja com fome ou não.Eu não sou amável, eu não me encaixo. Comida é amor, estou sozinha no mundo. Comer é o jeito de ser amada. e Se alguém te der comida significa que ele te ama..  Pode haver muitas outras, mas isso dá uma idéia do tipo de crenças que podem causar um padrão de comportamento como esse.

O condicionamento operante envolvido aqui é comer para se sentir amado.  Isso poderia ter ocorrido cedo na vida se seus pais o alimentassem como uma expressão do amor deles.  Este condicionamento é mais provável de ser encontrado em famílias judaicas e italianas.

Resolver problemas de alimentação/peso é especialmente complicado, porque você precisa continuar a comer depois que o problema vai embora.  Você não pode parar completamente como você pode parar de consumir álcool e drogas.  No entanto, se você eliminar todas as crenças e condicionamentos relevantes para todos os subproblemas, um problema alimentar/peso pode se tornar nada mais do que uma lembrança desagradável em seu passado.