(publicado por Morty Lefkoe em 11/02/08)
Eu me lembro de quando eu cheguei à compreensão que eu frequentemente não fazia o que eu sabia que deveria fazer e que eu frequentemente fazia coisas que eu sabia que não deveria fazer.
Foi em 1982 e eu acabara de me casar. Eu estava reavaliando minha vida. Eu percebi que eu estava totalmente comprometido com me exercitar regularmente, eu sabia de todas as razões porque isto era importante …e mesmo assim na maioria dos dias eu ficava dormindo. Eu também estava comendo sobremesas fartas todos os dias …apesar de saber que comer muito açúcar refinado não era saudável,
Eu acho que o que me fez finalmente compreender que eu exibia este comportamento estranho mais frequentemente do que eu gostaria de admitir foi ter notado que as empresas a quem eu dava consultoria gostavam das recomendações que eu fazia ...mas raramente implantavam minhas sugestões. Por que, eu me perguntei, uma empresa me pagaria um bom dinheiro para receber minha opinião especializada, concordar com minhas recomendações e então não as utilizar?
O que eu vim a compreender foi que eu tinha o mesmo pressuposto sobre mudar comportamento que a maioria das pessoas e a maioria das organizações tinha … e ele era errado.
Quando a maioria das pessoas tenta mudar seu comportamento elas seguem uma estratégia que se resume em Informação + Motivação = Mudança. Se você sabe o que fazer e como fazê-lo e se você está motivado (positivamente ou negativamente), não é isto tudo o que você precisa para executar a ação apropriada?
Obviamente não, uma vez que aquela equação não parece funcionar muitas das vezes. Se funcionasse, todo mundo usaria cintos de segurança, o que não fazem. Todo mundo levaria adiante suas decisões de Ano Novo, em vez de abandoná-las após algumas semanas. Pessoas sofrendo de doença cardiovascular adotariam dietas saudáveis e ainda assim não o fazem. Programas de treinamento corporativo seriam eficazes em mudar o comportamento do trabalhador, mas a maioria não funciona.
Alguns anos atrás eu tive um cliente chamado Manny cujo problema era que ele procrastinava a maior parte do tempo. Ele quase sempre deixava seus projetos no trabalho até o último minuto. Como resultado, ele era ansioso a maior parte do tempo e algumas vezes ele entregava seus projetos atrasados, o que resultava em um chefe zangado.
Ele decidiu que deveria mudar e ele realmente queria mudar. Então o que ele fez?
- Ele priorizou suas atividades, assumindo que isto o ajudaria a focalizar sobre os projetos mais importantes.
- Ele fez uma agenda que o ajudava bastante durante o mês para trabalhar nos projetos.
- Ele colocava lembretes em locais proeminentes.
- Ele criou recompensas para dar a si mesmo quando ele concluía um projeto – um jantar especial ou uma nova peça de roupa.
- Ele pediu a seus amigos para o incentivarem.
Ainda assim, aqui estava ele, com toda a informação e motivação – e comprometimento verdadeiro – no mundo, contando-me que o problema continuava tão mal como sempre, implorando-me por ajuda.
Aqui segue o que eu disse a Manny: a razão pela qual a equação Informação + Motivação = Mudança não funciona é simples. Não é uma descrição correta do que conduz nosso comportamento. A equação não é suficiente para mudar os padrões emocionais e de comportamento porque as crenças que os causam não foram eliminadas.
Crenças são nada mais do que ideias que nós temos sobre a realidade que nós nos convencemos de que sejam “a verdade”. Elas são, para nós, declarações verdadeiras sobre a realidade. Porque as pessoas sãs geralmente são guiadas em suas vidas pelo que elas pensam que a “realidade” é, nossas crenças sobre nós mesmos e a realidade moldam nosso comportamento, nossas emoções e nossas atitudes.
Uma vez que o negócio do Lefkoe Institute é de eliminação de crença, eu perguntei ao Manny que pensamentos ele tinha quando ele estava prestes a fazer o que ele sabia que ele deveria fazer no trabalho, imediatamente antes dele por isto de lado e em vez disso fizesse alguma outra coisa. Ele me deu a seguinte lista:
1.O que eu faço pode não ser bom o suficiente.
2. As pessoas podem julgar mal meu trabalho.
3. Sinto-me desconfortável quando eu penso sobre fazer o projeto.
Você pode ver que esses pensamentos e sentimentos o estavam impedindo de agir? Que a maioria das pessoas com aqueles pensamentos e sentimentos provavelmente iria procrastinar, especialmente com projetos importantes? Mas de onde eles estavam vindo?
Após uma curta discussão encontramos um número de crenças que estava causando os pensamentos e sentimentos, incluindo estas três:
1.Eu não sou bom o suficiente.
2. O que me faz bom o suficiente é ter outras pessoas pensando bem a meu respeito.
3. Erros são ruins.
Estas crenças (e diversas outras) levaram aos pensamentos e sentimentos que causavam a procrastinação em Manny. Depois de eu tê-lo ajudado a se livrar das crenças, a procrastinação parou … totalmente.
Aqui vai mais um exemplo que fará a conexão entre nosso comportamento e nossas crenças mais real. Digamos que você realmente acredita “Relacionamentos não dão certo.” Se esta for sua crença, seu comportamento provavelmente incluiria uma ou mais das seguintes ações:
* Você talvez não deixe que as pessoas se aproximem de você.
* Você talvez não tente resolver discutir os problemas em seus relacionamentos.
* Você talvez passe muito tempo sozinho.
* Você talvez não permita relacionamentos superficiais se tornarem mais próximos.
* Você talvez permaneça em um relacionamento insatisfatório sem tentar mudá-lo.
Você consegue ver que a crença “Relacionamentos não dão certo” tornaria quase que impossível para você sustentar um relacionamento satisfatório durante um longo período de tempo? Se você eliminasse esta crença, os comportamentos que acabamos de listar (que são resultantes da crença) não mudariam, automática e naturalmente?
Considere um ultimo exemplo de como suas crenças determinam seu comportamento. Suponha que você tem esta crença: “A maneira de ser bem sucedido na vida é evitar erros.” Embora esta crença não necessitasse qualquer comportamento específico, indubitavelmente limitaria seu comportamento em uma ou mais das seguintes maneiras:
- Você poderia evitar assumir quaisquer riscos.
- Você talvez fizesse as mesmas coisas, dia após dia, acreditando que se deu certo ontem dará hoje.
- Você poderia estar mais interessado em por a culpa por um erro do que em encontrar sua origem e corrigi-lo
- Você talvez respondesse defensivamente à crítica.
Portanto, agora que você sabe que suas crenças (a maioria das crenças importantes formadas durante a infância) determinam sua vida, você está onde eu estava em janeiro de 1985: excitado por ter descoberto a explicação por minha inabilidade em mudar meu comportamento e sentimentos - mas sem saber como se livrar de minhas crenças limitadoras.
E então eu encontrei uma maneira de eliminar aquelas crenças – rápida, fácil e permanentemente.E minha vida se transformou para sempre.
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